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julho 31, 2015

PALAVRAS
Machados,
Após cada pancada sua a madeira range,
E os ecos!
São os ecos que viajam
Do centro para fora como cavalos.

A seiva
Brota como lágrimas, como a 
Água a esforçar-se
Por recompor o seu espelho
Sobre a rocha

Que pinga e se transforma,
Uma caveira branca
Comida pelas ervas daninhas.
Anos mais tarde
Encontro-as no caminho - 

Palavras secas e indomáveis,
Infatigável som de cascos no chão.
Enquanto 
Do fundo do charco estrelas fixas
Governam uma vida.


SYLVIA PLATH
Ariel,  Relógio D'Água, 1996

fevereiro 14, 2015

©Christopher Anderson VENEZUELA. Caracas. 2006.
Reflection in window in Altamira
AS DANÇAS DA NOITE

Um sorriso caiu na relva.
Irrecuperavelmente!

E como irão perder-se
As tuas danças nocturnas. Na matemática?

Tão puros saltos e espirais-
Certamente viajam

Eternamente pelo mundo, não hei-de ficar 
Despida de belezas, o dom

Do pequeno sopro, o cheiro
A terra molhada, lírios, lírios.

A sua carne não aguenta aproximações.
Frios vincos de um ego, o narciso,

E o tigre que se embeleza a si próprio-
Sinais e uma chuva de pétalas de fogo.

Os cometas
Têm um espaço tão grande a atravessar

Tanta frieza, esquecimento,
Assim se esfumam teus gestos -

Calorosos e humanos, depois a sua luz rosa
A sangrar e a pelar

Entre as negras amnésias do céu.
Por que me dão

Estas luzes, estes planetas
Caindo como bênçãos, como línguas de luz

De seis pontas, brancas
Nos meus olhos, lábios, cabelo

Ao tocarem desfazem-se.
Em lugar nenhum.

Sylvia Plath, Ariel,  Relógio D'Água, 1996