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No Exílio
Está triste explora
A dúvida que tem sobre a sua realidade aos olhos de um outro
Planta maior no banho
Vegetal elaborado trigueira ou loura
Na extrema flor da cabeça
A sua permanente nudez
Os seus seios de favores recusados
Um riso nos cabelos de cítiso
Entre as árvores
A tempestade que protege os seus
Quebra os caules da luz
É ela é também a tempestade
Que distribui armas desastradas
Às ervas aos insectos
Aos últimos calores
Os fumos do outono
As cinzas do inverno
Deixou de ser rara a pérola negra
O desejo e o tédio fraternizam
Carrossel das manias
Tudo é esquecido
Nada é sacrificado
O odor dos escombros persiste
De olhos fechados é ela toda inteira.
Paul Éluard Últimos poemas de amor, Relógio D'Água, 2002
(Trad. Maria Gabriela Llansol)