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abril 12, 2016

" Agora, agora têm para isso de nascer palavras como flores."

Brot und Wein (An Heinze)

5
Unempfunden kommen sie erst, es streben entgegen
   Ihnen die Kinder, zu hell kommet, zu blendend das Glück,
Und es scheut si der Mensch, kaum weiss zu sagen ein Halbgott,
   Wer mit Namen sie sind, die mit den Gaben ihm nahn.
Aber der Mut von ihnen ist gross, es füllen das Herz ihm
    Ihre Freuden und kaum weiss er zu brauchen das Gut,
Schafft, verschwendet und fast ward ihm Unheiliges heilig,
   Das er mit segnender Hand törig und gütig berührt.
Möglichst dulden die Himmlischen dies; dann aber in Wahrheit
   Kommen sie selbst und gewohnt werden die Menschen des Glücks
Und des Tags und zu schaun die Offenbaren, das Antlitz
   Derer, welche, schon längst Eines und Alles genannt,
Tief die verschwiegene Brust mit freier Genüge gefüllet,
   Und zuerst und allein alles Verlangen beglückt;
So ist der Mensch; wenn da ist das Gut, und es soget mit Gaben
   Selber ein Gott für ihn, kennet und sieht er es nicht.
Tragen muss er, zuvor; nun aber nennt er sein Liebstes,
   Nun, nun müssen dafür Worte, Wie Blumen, entstehen.       


Pão e Vinho
5
Vêm primeiro sem serem sentido, as crianças correm
   Ao seu encontro; por demais clara e ofuscante a ventura,
E o homem tem medo; e mesmo um semideus mal sabe dizer
   Quem são pelos nomes os que deles se aproximam c'os dons.
Mas grande é a coragem que eles dão, enchem-lhe o coração
   As alegrias deles e ele mal sabe usar dos bens,
Cria, esbanja, e quase faz sagrado o que o não é,
   Porque o toca, louco e bondoso, co'a mão que abençoa. 
Sofrem os deuses isto quanto podem; mas então em verdade
   Vêm eles mesmos, e os homens à ventura se afazem
E à luz, e a contemplar os deuses manifestos, a face
   Daqueles que, há muito chamados já o Um e o Todo,
Encheram fundo de livre abastança o peito silente,
   E primeiro e sós satisfizeram toda a aspiração;
Assim é o homem; quando os bens 'stão presentes, e mesmo um deus
   Cuida dele com os dons, não o conhece nem vê.
Tem de sofrer, primeiro, mas agora nomeia o que mais ama,
   Agora, agora têm para isso de nascer palavras como flores.     


Hölderlin (1770 - 1843)
Poemas, Relógio d'Água, 1991

abril 07, 2016

Brot und Wein (An Heinze)

3

Auch verbergen umsonst das Herz im Busen, umsonst nur
    Halten den Mut noch wir, Meister und Knaben, denn wer
Möcht es hindern und wer möcht uns die Feude verbieten?
    Göttliches Feuer auch treibet, bei Tag und bei Nacht,
Aufzubrechen. So komm! dass wir das Offene schauen,
    Dass ein Eigenes wir suchen, so weit es auch ist. (...)


Pão e Vinho
3

Em vão escondemos também o coração no peito, em vão
    Mantemos o ânimo ainda, mestres e meninos, pois
Quem quereria impedi-lo e quem quereria impedir-nos a alegria?
    Fogo divino incita também, de dia e noite,
A partir. Vem, pois! pra contemplarmos o espaço aberto,
    Para buscarmos algo do próprio, por longe que esteja.(...)


Hölderlin (1770 - 1843)
Poemas, Relógio d'Água, 1991

março 30, 2016

HYPERIONS SCHICKSALSLIED

Ihr wandelt droben im Licht!
   Auf weichem Boden, selige Genien!
        Glänzende Götterlüfte
            Rühren euch leicht,
                Wie die Finger der Künstlerin
                    Heilige Saiten.

Schicksallos, wie der sclafende
    Säugling, atmen die Himmlischen;
         Keusch bewahrt
            In bescheidener Knospe,
                Blühet ewig
                    Ihnen der Geist
                        Und die seligen Augen
                            Blicken in stiller
                                Ewiger Klarheit.

CANÇÃO DO DESTINO DE HYPERION

Andais lá em cima na luz
   Em chão macio, génios venturosos!
        Ares divinos resplendentes
            Vos tocam de leve,
                 Como os dedos da artista
                    Cordas sagradas.

Sem destino, como dormente
    Menino, respiram os deuses;
         Pudicamente guardado
            Em casto botão,
                Eternamente
                    Lhes floresce o Espírito,
                        E os olhos felizes
                            Olham em serena
                                Claridade eterna.

Hölderlin (1770 - 1843)
Poemas, Relógio d'Água, 1991