![]() |
©Francesca Woodman |
Pintar o mundo é talhar o orto ao elemento,
é fabricar o pigmento primário:
da textura da terra;
do aroma da água;
da aurora do fogo;
na distância do ar.
Pintar o mundo é erguer a essência da mão
ao fulgor do éter,
é pintar de branco e dar cor,
é lançar a vogal à terra, amanhá-la...
é vê-la crescer.
Pintar o mundo é beber do silêncio,
com que se desenha o poema e se escreve a pintura.
Pintar o mundo é abrir a mão à paisagem
e confiar que tudo, nela, se transfigura.