junho 23, 2015

©Francesca Woodman
PLAY Wim Mertens Gerausch
Pintar o mundo é talhar o orto ao elemento,
é fabricar o pigmento primário: 
da textura da terra;
do aroma da água;
da aurora do fogo;
na distância do ar.

Pintar o mundo é erguer a essência da mão
ao fulgor do éter,
é pintar de branco e dar cor,
é lançar a vogal à terra, amanhá-la...
é vê-la crescer.

Pintar o mundo é beber do silêncio,
com que se desenha o poema e se escreve a pintura.

Pintar o mundo é abrir a mão à paisagem 
e confiar que tudo, nela, se transfigura.