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|Assim repito o nome e sinto ainda o incêndio no rosto :|| paul celan |Porque é com nomes que alguém sabe | onde estar um corpo| por uma ideia, onde um pensamento | faz a vez da língua.| herberto helder
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junho 17, 2024
outubro 01, 2016
outubro 10, 2015
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©W. Eugene Smith. “As From My Window, Sometimes Glance…”, 1957 |
Neste ofício de ser vivo às vezes,
ostentamos no peito a casa e o prado,
onde procuramos o silêncio de uma oração que nos oiça.
Mas as preces que ansiamos
não vivem nas palavras,
não vivem nas imagens,
não vivem nos sons,
não nos dizem quando somos, quando havemos de ser.
Oramos vezes sem conta;
erguemos bandeiras;
cegamos às escuras;
esculpimos corpos que usamos sem conhecer
e transportamos cansados e vadios,
impacientes, inseguros, intermitentes,
insipientes, inoportunos, esses transeuntes.
Ostentamos no peito a casa e o prado -
ambos vazios - sem oração que nos oiça.
E maldizemos este ofício de sermos vivos às vezes.
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©Álvaro Cunhal - Desenhos da Prisão |
PLAY Arvo Pärt Für Alina
Não nos tornámos missionários por insistir na elegia, mas demos por nós crentes e nem o espelho pôde afirmar o contrário. Sustivemos a respiração nos intervalos. Fomos o próprio intervalo. Incendiámos o que criámos e, para não deixarmos rasto, ardemos também. E assim abandonámos a elegia, como Cristo renunciaria ser cristão.
janeiro 03, 2015
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©Patrick Zachmann CHILE. June, 1999. Atacama Desert. Along the Panamerican route n°5 between the towns of Arica and Huara |
fecho os olhos
e amo
de olhos fechados
nada me rouba desse lugar sem tempo
e sou