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julho 27, 2018

fotograma Lágrimas e Suspiros | Ingmar Bergman | 1972
PLAY Sonic Youth | Song for Karen
 
 "- Vem aqui. Vem. Vês a tua imagem no espelho? És bela. Talvez mais bela do que há uns anos atrás. Mas algo mudou e quero que o vejas. Os teus olhos lançam olhares calculistas. Antes olhavas de forma aberta e directa. Sem dissimulação. Na tua boca, percebe-se um rasgo de desagrado... Antes o teu sorriso era doce. Agora, a tua pele é mais pálida, por isso te maquilhas. Agora quatro rugas atravessam a tua formosa e despejada tez. Não podes distingui-las com esta luz... mas manifestam-se claramente à luz do dia. Conheces a origem dessas rugas? 
- Não.
- São fruto da tua indiferença. E a linha perfeita da tua mandíbula... já não é tão óbvia graças à tua apatia e indolência. Sabes a que se deve? Já não ris com tanta frequência. Vês? Dás-te conta? Debaixo dos teus olhos, essas rugas finas e imperceptíveis de sofrimento e engano.
- Vês todas essas coisas na minha cara?
- Sim, vejo-as de perto quando me beijas.
- Pensei que eras tu que me beijavas. E sei muito bem o que vês em mim. 
- O quê?
- Vês-te a ti mesmo. Somos tão parecidos tu e eu. 
- Queres dizer, orgulhosos, frios, com um forte sentimento de culpa?
- Sempre me aborreceram as tuas análises intermináveis. 
- Não podíamos partilhar também outras qualidades mais positivas?
- Contento-me com o que há."

janeiro 13, 2016

fotograma de Sétimo Selo de Ingmar Bergman



agosto 21, 2014

fotograma de Persona de Ingmar Bergman
PLAY Eddie Vedder - Guaranteed

"On bended knee is no way to be free Lifting up an empty cup, I ask silently
All my destinations will accept the one that's me,
so I can breathe...(...)
Everyone I come across, in cages they bought
They think of me and my wondering, but I'm never what they thought
I've got my indignation, but I'm pure in all my thoughts
I'm alive...(...)
Leave it to me as I find a way to be Consider me a satellite, forever orbiting
I knew all the rules, but the rules did not know me
Guaranteed."

Talvez o fogo maternal de incandescência lunar,
a urgência de pele,
aquele lugar de rosto.
Talvez o sorriso posto para dar,
em chão de receber,
talvez mais um dia.

Cobre-se a voz cantante de melodia salobra,
sopro de pássaro de ninho infértil,
música árida, terra atroz.

Sem o norte dos pés, sós, a sabedoria, o nada,
é estrada que não é caminho,
mas encosto.

Para lá do sol há um rosto, há uma pele,
há um fogo maternal que exala
emergência de lugar.

Adivinha-se na carne crua,
na sua, as chagas de chegar,
talvez um dia,
talvez aos pés, sós, à voz desse lugar,
e lés-a lés, de grito posto, o silêncio cantar
                                              (no seu rosto).