Mostrar mensagens com a etiqueta $Portishead. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta $Portishead. Mostrar todas as mensagens

outubro 02, 2017


Dar por certo e não ter como acertar.

PLAY Portishead | Roads

EINE ART VERLUST
Gemeinsam benutzt: Jahreszeiten, Bücher und eine Musik.
Die Schlüssel, die Teeschalen, den Brotkorb, Leintücher und ein Bett.
Eine Aussteuer von Worten, von Gesten, mitgebracht, verwendet, verbraucht.
Eine Hausordnung beachtet. Gesagt. Getan. Und immer die Hand gereicht.

In Winter, in ein Wiener Septett und in Sommer habe ich mich verliebt.
In Landkarten, in ein Bergnest, in einen Strand und ein Bett.
Einen Kult getrieben mit Daten, Versprechen für undkündbar erklärt,
angehimmelt ein Etwas und fromm gewesen vor einem Nichts,

(- der gefalteten Zeitung, der kalten Asche, dem Zettel mit einer Notiz)
furchtlos in der Religion, denn die Kirche war dieses Bett.

Aus dem Seeblick hervor ging meine unerschöpfliche Malerei.
Vom dem Balkon herab waren die Völker, meine Nachbarn, zu grüßen.

Am Kaminfeuer, in der Sicherheit, hatte mein Haar seine äußerste Farbe.
Das Klingeln an der Tür war de Alarm für meine Freude.

Nicht dich habe ich verloren,
sondern die Welt.

Ingeborg Bachmann (1953) | O tempo aprazado | Assírio&Alvim | 1992 

janeiro 18, 2017

©Pedro_Luis_Raota | Argentina
PLAY Portishead | Roads

III
sente-se a lentidão, o peso,
minarem cada gesto; e antes
do gesto, a ideia de o fazer;
dançam agora dois a dois,
reconstituem a unidade
cindida ainda há pouco; os pares 
mortais; a vocação
de transformar o tempo em rostos;
somam-se duas mortes
e obtém-se uma criança; ela, sim:
resistirá, crecendo,
ao desgaste do dia,
procurará na outra noite
o corpo que define o seu;
protege-a a espuma, a máscara,
até de madrugada; e então,

IV
das duas uma: reproduz-se
também; ou extingue-se em si
o fluxo da dança;
não é a conjunção dos astros
que comanda tudo,
mas a cor do céu; indecifrável;
embora alguns estudos digam
que há mutações
um resíduo verde persistente;
e outros, um halo de metal,
quase cinzento, em que repousam;
ou donde se desprendem;
certas cores intermédias;
de qualquer modo, a noite
dificulta os tons, subverte-os
sem se dar por isso;

Carlos de Oliveira (1971)  | Entre duas memórias in Trabalho Poético | Assírio&Alvim | 2003

outubro 01, 2016

fevereiro 25, 2015

  ©Larry Towell -San Salvador. 1986. 

PLAY Portishead Roads
E depois não nascemos somente se paridos e envoltos em matéria uterina. Mas tantas vezes nascemos sem termos lugar para ser. Acreditamos, por vezes até à morte, que existem ondes a que achamos pertencer, os mesmos que não sabemos como fazer nossos. Por isso somos tão sem lugar. Somos assim, pontes entre nenhures. Talvez por isso nos habituemos a dores de ausência de lugar- aquelas que já não doem de tanto doer.

janeiro 16, 2015

PLAY Portishead Wandering Star

Por mais é saber que existe e desconfiar que nada de mais sublime nos poderá assaltar. E depois fugimos, resvalamos, inventamos, cegamos, enganamo(-no)s, cansamo(-no)s, matamo(-no)s e ensaiamos despedidas bem antes de morrermos, só porque sabemos que existe, e que não temos como reinventar o nada.