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| ©Josef Koudelka. CZECHOSLOVAKIA. Prague. 1965. Theatre Divadlo Za Branou (Beyond the Gate). "Masks from Ostend", a play written by Michel de GHELDERODE and directed by Otomar KREJCA  | 
DA MITOLOGIA
Primeiro era um deus da noite e da tempestade, ídolo negro e sem olhos, diante do qual saltavam nus e lambuzados de sangue. Mais tarde, nos tempos da república, eram imensos os deuses, com mulheres, filhos, camas desconjuntadas e raios que explodiam inofensivos. Por fim só os neuróticos supersticiosos carregavam no bolso pequenas estátuas de sal, representando o deus da ironia. À época não havia maior deus.
   Vieram então os bárbaros. Também eles tinham em alta estima o pequeno deus da ironia. Esmagavam-no sob os calcanhares, adicionando-o depois aos seus manjares.
Zbigniew Herbert (1924-1998)
(Trad. Rui Knopfli)
Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro, 2001, Assírio&Alvim
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