|Assim repito o nome e sinto ainda o incêndio no rosto :|| paul celan |Porque é com nomes que alguém sabe | onde estar um corpo| por uma ideia, onde um pensamento | faz a vez da língua.| herberto helder
Mostrar mensagens com a etiqueta $Einstürzende Neubauten. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta $Einstürzende Neubauten. Mostrar todas as mensagens
outubro 01, 2016
março 05, 2015
![]() |
Alexandre Farto (Vhils), Alfama, maio de 2012, |
Caderno Azul N.º 10
Era uma vez um homem ruivo, sem olhos nem orelhas. Também não tinha cabelos, e só por convenção lhe chamávamos ruivo.
Não podia falar porque não tinha boca. E nariz também não.
Nem sequer tinha braços e pernas. Também não tinha barriga, nem coluna vertebral, nem mesmo entranhas. Não tinha coisa nenhuma! Por isso pergunto de quem estamos nós a falar.
Dessa forma é preferível nada acrescentarmos a seu respeito.
Não podia falar porque não tinha boca. E nariz também não.
Nem sequer tinha braços e pernas. Também não tinha barriga, nem coluna vertebral, nem mesmo entranhas. Não tinha coisa nenhuma! Por isso pergunto de quem estamos nós a falar.
Dessa forma é preferível nada acrescentarmos a seu respeito.
Daniil Harms, Crónicas da Razão Louca, Hiena, 1994