Mostrar mensagens com a etiqueta #Else Lasker-Schüller. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta #Else Lasker-Schüller. Mostrar todas as mensagens

maio 20, 2016

"So viel Gott strömt über"


Versöhnung
Es wird ein großer Stern in meinen Schoß fallen...
Wir wollen wachen die Nacht,

In den Sprachen beten,
Die wie Harfen eingeschnitten sind.

Wir wollen uns versöhnen die Nacht -
So viel Gott strömt über.

Kinder sind unsere Herzen,
Die möchten ruhen müdesüß.

Und unsere Lippen wollen sich küssen,
Was zagst du?

Grenzt nicht mein Herz an deins -
Immer färbt dein Blut meine Wangen rot.

Wir wollen uns versöhnen die Nacht,
Wenn wir uns herzen, sterben wir nicht.

Es wird ein grßer Stern in mein Schoß fallen.    
  
    
Reconciliação
Há-de uma grande estrela cair no meu colo...
A noite será de vigília,

E rezaremos em línguas
Entalhadas como harpas.

Será noite de reconciliação -
anseiam pela paz, doces-cansados.

E nossos lábios desejam beijar-se - 
Por que hesitas?

Não faz meu coração fronteira com o teu?
O teu sangue não pára de dar cor às minhas faces.

Será noite de reconciliação,
Se nos dermos, a morte não virá.

Há-de uma grande estrela cair no meu colo.            

Else Lasker-Schüller | Baladas hebraicas | Assírio&Alvim | 200s | Trad. João Barrento

maio 16, 2016

Abschied
Aber du kamst nie mit dem Abend -
Ich saß im Sternenmantel

...Wenn es an mein Haus pochte,
War es mein eigenes Herz.

Das hängt nun an jedem Türpfosten,
Auch an deiner Tür;

Zwischen Farren verlöschende Feurrose
Im Braun der Girlande.

Ich färbte dir den Himmel brombeer
Mit meinem Herzblut.

Aber du kamst nie mit dem Abend -
...Ich stand in goldenen Schuhen.   


Despedida

Mas tu nunca vinhas com a noite - 
E eu sentada com casaco de estrelas.

... Quando batiam à minha porta
Era o meu próprio coração.

Agora pendurado em todas as ombreiras,
Também na tua porta;

Entre touros rosa-de-fogo a extinguir-se
No castanho da grinalda.

Tingi-te o céu cor de amora
Com o sangue do meu coração.

Mas tu nunca vinhas com a noite
... E eu de pé com sapatos dourados.   

Else Lasker-Schüller (1917) | A Alma e o Caos: 100 poemas expressionistas | Relógio D´Água | 2001 | Trad. João Barrento

maio 09, 2016

Ein Lied
Hinter meinen Augen stehen Wasser,
Die muß ich alle weinen.

Immer möcht ich auffliegen
Mit den Zugvögeln fort;

Buntatmen mit den Winden
In der großen Luft.

O ich bin so traurig - - - -
Das Gesicht im Mond weiß es. 

Drum ist viel sammtne Andacht
Und nahender Frühmorgen um mich.

Als an deinem steinernen Herzen
Meine Flügel brachen,

Fielen die Amseln wie Trauerrosen
Hoch vom blauen Gebüsch.

Alles verhaltene Gezwitscher
Will wieder jubeln

Und ich möchte auffliegen
Mit Zugvögeln fort.


Uma canção

Por detrás dos meus olhos há águas,
Tenho que as chorar todas.

Tenho sempre um desejo de me elevar voando,
E de partir com as aves migratórias.

Respirar cores com os ventos
Nos grandes ares.

Oh, como estou triste...
O rosto da lua bem sabe.

Por isso, à minha volta há muita devoção aveludada
E madrugada a aproximar-se.

Quando as minhas asas se quebraram
Contra o teu coração de pedra,

Caíram os melros, como rosas de luto,
Dos altos arbustos azuis.

Todo o chilreio reprimido
Quer jubilar de novo

E eu tenho um desejo de me elevar voando,
E de partir com as aves migratórias.

Else Lasker-Schüller (1917) | Expressionismo Alemão: Antologia Poética | Ática | 
(Trad. João Barrento)