julho 31, 2015

PALAVRAS
Machados,
Após cada pancada sua a madeira range,
E os ecos!
São os ecos que viajam
Do centro para fora como cavalos.

A seiva
Brota como lágrimas, como a 
Água a esforçar-se
Por recompor o seu espelho
Sobre a rocha

Que pinga e se transforma,
Uma caveira branca
Comida pelas ervas daninhas.
Anos mais tarde
Encontro-as no caminho - 

Palavras secas e indomáveis,
Infatigável som de cascos no chão.
Enquanto 
Do fundo do charco estrelas fixas
Governam uma vida.


SYLVIA PLATH
Ariel,  Relógio D'Água, 1996