fevereiro 17, 2016

PLAY António Fragoso Nocturno

Não sei do presente:
o espelho mente,
só sei que mente.
O corpo não é meu.
A dor não é minha.
Não sei do presente,
desde o dia em que morri:
chovia,
e eu respirava-te do peito,
em silêncio, essa noite.
Não sei do presente,
mas acredito
na eternidade desse momento.
Nele viverei, eternamente,
desde o dia em que morri.