julho 11, 2010

Arca de Noé

Escondo um quilo de sorriso e magia
E, sem ninguém ver, outro de esquecimento.
Trago a pureza perdida do pó barrento,
E amor e paixão que nem Deus media.
Guardo metros e quilómetros de sabedoria
E um par de sabor a vento,
Três ou quatro pés de vontade e alento
Um sol, uma noite, uma lua, um dia.
Guardo a certeza de tudo o que é,
Carrego em meu peito a imensidão
de um mar, uma história e uma canção.
E a arca de Noé, dos nossos sonhos e fé,
Cheia, navega no dilúvio do teu peito,
E faz do Tudo, de mim e de ti, um só feito!

(Raquel, num combóio entre Aveiro e Ourém, 11 de Fevereiro de 2002... reflectindo sobre onde se encontra...)