"E se depois
O sangue ainda correr
Corre atrás dele
E se depois
O fogo te perseguir
Aquece-te nele(...)
Mão Morta
O rosto perdeu a face e declina ao ritmo do sol se pôr.
Não é justa a luta. O rosto não é como a noite, que renasce a cada dia.
A luz da lua,
tampouco abrilha os seus contornos,
ou testemunha os seus silêncios,
que nada definem.
O sono inquieto, interrompido por incessantes vozes,
não se deixa embalar por mantras ou sussurros longínquos.
A cada músculo tolhido,
uma palavra afogada, uma expressão de nado morto,
a quem roubaram a energia de provir.
O rosto não perece mas, encanecido, deve a múltiplas chagas antigas o assombro de persistir.