dezembro 24, 2014

Já hoje exercitámos a morte de amanhã 
quando ainda o morrer velho murcha em nós-
Ó medo da humanidade de não resistir-

Ó habituação da morte até adentro de sonhos 
onde andaime de noite cai em cacos negros
e lua de osso brilha nas ruínas-

Ó medo da humanidade de não resistir 

Que é dos suaves açoitados 
Anjos-calma, que a fonte oculta
nos tocaram, que de cansaço 
corre pra morrer?

Nelly Sachs, Escurecer de estrelas