janeiro 11, 2015

PELO INSONHADO corroída,
a terra do pão insonemente percorrida atira
o monte da vida ao ar.

Da sua migalha
amassas de novo nossos nomes, 
que eu, um olho
semelhante 
ao teu em cada dedo,
tacteio em busca
de um ponto, pelo qual
possa despertar para ti, 
a luzente
vela da fome na boca.

Paul Celan, Não Sabemos mesmo O Que Importa,  
Relógio D'Água, 2014