dezembro 10, 2015

©raquelsav
"Medir a felicidade. Que dizer destes fogachos transitórios? Não chega a penitência. Aos que têm o fogo das trovoadas, a cal nas sepulturas, como exercício do fogo verdadeiro (do inferno para sempre). Um nada, que flutua em nós, controla o acaso ou perde a ocasião (irrepetível). Fazer contas e errá-las: a soma que se chama alma. A bom entendedor meia palavra basta. Quanto ao resto, os vultos a arderem no desenho, quem levanta a mão contra o nosso corpo e o nosso gado? Quem se antecipa a Deus?"

Carlos de Oliveira (1978)
Finisterra: Paisagem e povoamento, Sá da Costa, 1979