dezembro 20, 2016

é no meu corpo que morreste, agora
temos o tempo todo
ao nosso lado, como
um lodo onde dormiram as

conhecidas maneiras.
algumas nuvens se aproximam, e depois
se afastam, numa duvidosa
manifestação de imperícia;

os animais falantes
atravessam corredores iluminados,
embarcam na

sossegada lembrança dos sonetos,
o leve sono que pesou no dia.
é no meu corpo que morreste, agora.      

António Franco Alexandre | Poemas | Assírio & Alvim |1996