fevereiro 02, 2024

 

©raquelsav | 2022 | Alcobaça (Espanha)

Quando penso em Portugal e respetivas oportunidades, alternativas, ensejos, etc., ocorre-me esta foto. Retrata uma remota localidade espanhola, fronteiriça, chamada Alcobaça - muito próxima de Castro Laboreiro. Na placa, de leitura difícil, lê-se Portugal. Para quem, de regresso, avista uma placa com o nome do seu país, é levado a respirar de alívio. Contudo, a placa conduz-nos a uma estrada estreitíssima, nada apelativa a condutores menos experientes ou afoitos. Chegamos a Portugal se confiarmos no caminho que nos indicam? Talvez! Mas não sem danificar a viatura e vendo vedada a possibilidade de inverter a marcha. A decisão não é difícil. Seguimos, então, de olhos bem fechados, pelo atalho de terra batida, ali mesmo ao lado, sem meta que se afigure, sem chão que se palpe. Não há-de ser pior do que as rasteiras do caminho “seguro”. Chegaremos, sem dúvida, sãos e salvos, mas muito tardiamente e quase mortos de cansaço. Quase mortos e só quase- porque isto de ser português de Portugal não mata, de facto, só mói.