PLAY Pēteris Vasks - Vox Amoris Chaarts - Sebastian Bohren Fantasie für Violine und Streicher
DE TODAS AS FERIDAS
Lança-me aos pés do coração a luva do silêncio:
Só uma vez no Outono a pedra reverdece - foi ontem;
foi quando o sal nas ruas era tão vermelho,
tão vermelho que se pensaria que era chegada a hora
a que se acena com os véus da meia-noite:
o tempo-de-tulipas dessa hora
em que o desejo enche o copo de toda a gente,
o berço e o caixão de toda a gente,
as pegadas de toda a gente,
a hora que liberta o gelo do teu olhar,
te faz arregaçar a tua sombra
e arranca aos sinos o seu silêncio quando danças.
Lança-me aos pés do coração a luva do silêncio:
foi ontem
e jaz no sangue como nós dois.
Paul Celan
A morte é uma flor, Cotovia, 1998
DE TODAS AS FERIDAS
Lança-me aos pés do coração a luva do silêncio:
Só uma vez no Outono a pedra reverdece - foi ontem;
foi quando o sal nas ruas era tão vermelho,
tão vermelho que se pensaria que era chegada a hora
a que se acena com os véus da meia-noite:
o tempo-de-tulipas dessa hora
em que o desejo enche o copo de toda a gente,
o berço e o caixão de toda a gente,
as pegadas de toda a gente,
a hora que liberta o gelo do teu olhar,
te faz arregaçar a tua sombra
e arranca aos sinos o seu silêncio quando danças.
Lança-me aos pés do coração a luva do silêncio:
foi ontem
e jaz no sangue como nós dois.
Paul Celan
A morte é uma flor, Cotovia, 1998