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julho 17, 2015

"Que busto! - Exclamou, por fim, como que galvanizado por esse ponto das suas reflexões . - Onde tudo é centro e nada é circunferência!"


Samuel Beckett
Murphy, Assírio&Alvim, 2003

julho 16, 2015

" - A vantagem desta concepção - disse Wylie - é que, ao perdermos a esperança de que as coisas possam melhorar, também perdemos o medo de que piorem. Sabemos que continuarão a ser o que sempre foram.

----------- (...) ------------

-A humanidade é uma nora com dois alcatruzes. Enquanto um desce para se encher, o outro sobre para se esvaziar."

Samuel Beckett
Murphy, Assírio&Alvim, 2003


"A atitude de Miss Counihan para com Neary caracterizara-se pela regularidade da sua alternância."

Samuel Beckett
Murphy, Assírio&Alvim, 2003


" Calou-se. Conceber uma opinião e exprimi-la era submeter o seu talento a rude prova. Quando é que aprenderia a não se enfiar nos labirintos de uma opinião sem fazer a mínima ideia de como iria de lá sair?"

Samuel Beckett
Murphy, Assírio&Alvim, 2003

julho 15, 2015

©Martine Franck MOROCCO. Agadir. 1976.

PLAY Patti Stmith Birdland

"Não tendo alternativa, o sol brilhava sobre o nada de novo.
(...)
A pouco  e pouco, o mundo, o grande mundo onde se apregoavam Quid pro quo e onde o sol nunca se punha duas vezes da mesma maneira, foi-se dissipando, para dar lugar ao pequeno mundo (tal como se descreve no capítulo sexto).
(...)
E foi na rua, numa noite de S. João, estava o Sol em Caranguejo, que ela encontrou Murphy.
(...)
A lua, por uma coincidência notável, cheia e no perigeu, estava 47 000 quilómetros mais perto da Terra do que nos quatro anos anteriores."

Samuel Beckett
Murphy, Assírio&Alvim, 2003

maio 02, 2015

[#1] manual de sobrevivência

©raquelsav. 1Maio2015. Teatro da Trindade

Estragon:  Que é?

Vladimir:  E se nos arrependêssemos?

Estragon:  De quê?

Vladimir:  De... de... (Medita). Não era preciso entrar em pormenores.

Estragon: De termos nascido?

Samuel Beckett
À Espera de Godot, Teatro de Samuel Beckett, Editora Arcádia

maio 01, 2015

Santíssima Trindade

©Josef Koudelka. CZECHOSLOVAKIA. Prague. 1965.
Theatre Divadlo Na Zabradli (On The Balustrade)
PLAY Deftones Changes

"Estragon: Nascemos todos doidos. Alguns ficam doidos toda a vida"
Samuel Beckett
À espera de Godot,  Editora Arcádia

abril 02, 2015

 ©Josef Koudelka. CZECHOSLOVAKIA. Prague. 1965. Theatre Divadlo Na Zabradli (On The Balustrade).
"Waiting for Godot", a play written by Samuel BECKETT

Estragon: E, dizes tu, que tudo isso aconteceu ontem?

Vladimir: Aconteceu.

Estragon: Aqui?

Vladimir: Sim, aqui. Não reconheces o lugar?

Estragon: (numa exasperação súbita) Reconhecer? Reconhecer o quê? Tenho vivido toda a minha vida atolado no mesmo chiqueiro e vens tu agora exigir que eu distinga tonalidades na paisagem! (Olhando à volta). Olha está estrumeira! Nunca sai disto!

Vladimir: Calma! Calma! 

Estragon: Não me venhas para cá chatear com as tuas paisagens. Fala-me de esgotos!

Vladimir: Está bem, está bem, mas não me venhas dizer que isto (gesto) aqui é parecido com o Ribatejo! A diferença mete-se pelos olhos dentro.

Estragon: O Ribatejo! Quem falou aqui do Ribatejo?

Vladimir: Mas tu já estiveste no Ribatejo.

Estragon: Estás enganado. Nunca estive no Ribatejo. Tenho passado toda a porca da minha vida aqui, digo-te eu. Aqui, na Ribamerda.

Vladimir: A verdade é que estivemos os dois no Ribatejo. Punha as mãos no fogo. Andámos a vindimar para um tipo de que não me lembro o nome.

Estragon: (mais calmo)  Talvez. Não dei por nada.

Vladimir: Lá, tudo é verde.

Estragon: (exaltado) Já te disse que não reparei em nada.

                 Silêncio. Vladimir suspira fundo.

Vladimir: É difícil viver contigo, Gogo.

Estragon: Era melhor separarmo-nos.

Vladimir: Andas sempre a repetir isso. Mas acabas por voltar.

                  Silêncio.

Estragon: O melhor, de facto, seria eu matar-me, como o outro.

Vladimir: Qual outro? (pausa). Quem?

Estragon: Milhões doutros.

Vladimir: (sentencioso) Na vida, cada um tem que levar sua cruz ao calvário. (Suspira). Até morrer e ser esquecido.

Estragon: Entretanto, vamos tentar conversar sem nos irritarmos, já que não somos capazes de estar calados.

Vladimir: É verdade, somos como duas gralhas.

Estragon: É para não pensar.

Vladimir: Temos as nossas desculpas.

Estragon: É para não ouvir.

Vladimir: Temos as nossas razões.

Estragon: Todas as vozes mortas.

Vladimir: São como um sussurro de asas.

Estragon: De folhas.

Vladimir: De areia.

Estragon: De folhas.

                    Silêncio.  

Vladimir: Falam todas ao mesmo tempo.

Estragon: Cada uma para si mesma.

                  Silêncio.

Vladimir: Dir-se-ia que segredam.

Estragon: Murmuram.

Vladimir: Sussurram.

Estragon: Murmuram.

                  Silêncio.

Vladimir: Que é que elas dizem?

Estragon: Falam da vida delas.

Vladimir:  Não lhes basta terem vivido.

Estragon: Não podem fugir a falar disso.

Vladimir:  Não lhes basta estarem mortas.

Estragon: Não é suficiente.

                  Silêncio.

Vladimir:  É como um rumor de penas.

Estragon: De folhas.

Vladimir: De cinzas.

Estragon: De folhas.

                  Silêncio prolongado.

Vladimir:  Diz qualquer coisa!

Estragon: Estou a procurar.

                  Silêncio prolongado.

Vladimir:  (com angústia) Diz qualquer coisa, não importa o quê. Mas fala!

Estragon: O que vamos nós fazer, agora?

Vladimir:  Esperar por Godot!

Estragon: Ah, é verdade!

                  Silêncio.

Vladimir:  Isto é doloroso!


Samuel Beckett
À Espera de Godot, Teatro de Samuel Beckett, Editora Arcádia

abril 01, 2015

©Ferdinando Scianna. LEBANON. Beirut. Civil war. Christian militian. 1976
bem bem existe um país
em que o esquecimento em que pesa o esquecimento
lentamente nos mundos inominados
aí a cabeça aquietamo-la a cabeça está calada
e sabemos não nada sabemos
o canto das bocas mortas morre
no areal fez a viagem
não há nada para chorar

a minha solidão conheço-a vamos lá conheço-a mal
tenho tempo vou achando que tenho tempo de vida
mas que tempo osso faminto a vida do cão
do céu que assola incessante o meu vão de céu
do raio que trepa ocelado fremente
dos mícrons dos anos trevas

querem que vá de A para B não posso
não posso sair estou numa terra sem rastos
sim sim é uma coisa bonita que aí tem uma coisa bem bonita
o que é não me façam mais perguntas
espiral poeira de instantes o que é isso o mesmo
a calma o amor o ódio a calma a calma

Samuel Beckett (Trad. Filipe Jarro)
Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro, 2001, Assírio&Alvim

março 31, 2015

©Bruce Davidson. USA. New York City. 1964.
Samuel BECKETT during the rehearsal of "Waiting For Godot".

Pozzo: Chega? Com certeza. Mas eu sou generoso. Está-me na massa do sangue, hoje.



Samuel Beckett
À Espera de Godot, Teatro de Samuel Beckett, Editora Arcádia

março 27, 2015

Dia Mundial do Teatro

©Josef Koudelka. CZECHOSLOVAKIA. Prague. 1965. Theatre Divadlo Na Zabradli (On The Balustrade). 
"Waiting for Godot", a play written by Samuel BECKETT.

"Pozzo:
Até eu mesmo teria grande prazer em me encontrar com ele. Nada me dá mais felicidade do que conhecer pessoas. Até mesmo a criatura mais insignificante é capaz de nos ensinar alguma coisa nova, de nos enriquecer com um pequeno nada, de nos revelar mais completamente a nossa própria felicidade. 
(...)

Pozzo: 
Já não está a chorar (Para Estragon). De certa maneira, você veio ocupar o lugar dele. (Em tom sonhador). As lágrimas choradas no mundo são uma quantidade imutável. Alguém começa a chorar aqui e nesse mesmo instante alguém deixa de chorar algures. E o mesmo acontece com o riso. (Rindo). Portanto, não há razão para lamentar a nossa geração, que de facto não é mais infeliz que as anteriores. (Silêncio). O melhor é não falar dela. (Silêncio). É certo que a população aumentou. "

Samuel Beckett
À Espera de Godot, Teatro de Samuel Beckett, Editora Arcádia

março 15, 2015

PLAY Pearl Jam Ten

DIEPPE
ainda o refluxo derradeiro
a pedra morta
a meia-volta e em seguida os passos
na direcção das luzes mais antigas


Samuel Beckett 
Poemas Escolhidos- Cadernos de Poesia 10
Publicações Dom Quixote, 1970
(Trad. Jorge Rosa e Armando da Silva Carvalho)
©Bruno-Boudjelal

que ferais-je sans ce monde sans visage sans questions
où être ne dure qu'un instant où chaque instant
verse dans le vide dans l'oubli d'avoir été
sans cette onde où à la fin
corps et ombre ensemble s'engloutissent
que ferais-je sans ce silence gouffre des murmures
haletant furieux vers le secours vers l'amour
sans ce ciel qui s'élève
sur la poussieère de ses lests

que ferais-je je ferais comme hier comme aujourd'hui
regardant par mon hublot si je ne suis pas seul
à errer et à virer loin de toute vie
dans un espace pantin
sans voix parmi les voix
enfermées avec moi




Instante
que farei sem este mundo sem rosto e sem perguntas
onde ser apenas é um instante e onde cada instante
vai cair no vazio no olvido de ter sido
sem esta onda e onde no final
o corpo e a sombra entre si se devoram
que farei sem este silêncio abismo de murmúrios
fremente furioso por amor por socorro
sem este céu que se ergue
sobre a poeira dos seus alicerces

que farei farei como ontem como hoje
olhando pelo postigo se não estiver sozinho
a vaguear e a girar longe de qualquer rumor
num espaço fantoche
sem voz entre as vozes
fechadas dentro de mim


Samuel Beckett Poemas Escolhidos- Cadernos de Poesia 10
Publicações Dom Quixote, 1970
(Trad. Jorge Rosa e Armando da Silva Carvalho)

março 13, 2015

©Harry Gruyaer
PLAY Stravinsky Sagração da Primavera

O ABUTRE

Arrastando a sua fome através do céu
do meu crânio concha de céu e da terra

mergulhando sobre os tombados de borco
que breve deverão retomar a vida e andar

escarnecido por um tecido que poderá não servir
até que a fome a terra e o céu se convertam em refugo


Samuel Beckett 
Poemas Escolhidos- Cadernos de Poesia 10, Publicações Dom Quixote, 1970
(Tradução: Jorge Rosa e Armando da Silva Carvalho)

2+1 ?

©Bruce Davidson. USA. NYC. Irish writer Samuel BECKETT. 1964.


--Poema--
(Henri Michaux)

apreender
ou absolutamente nada apreender ou apreender com louca intensidade

Por falta do principal
apreender desordenadamente, exageradamente,

Atordoar-me

Tornar-me insecto para melhor apreender
patas em gancho para melhor apreender
insecto, aracnídeo, miriápode, ácaro
se for preciso, para melhor apreender.


Herberto Helder, 
Doze nós numa corda (poemas mudados para português por Herberto Helder). Assírio&Alvim, 1997


fevereiro 27, 2015

©Richard Avedon
Samuel Beckett em Paris (13 de Abril de 1979) 
PLAY Laurie Anderson From the Air

CAINDO
1
porque não apenas o renunciado
ensejo de
derramar palavras

Não é melhor abortar do que ser estéril?

quando te vais as horas são de chumbo
começam a arrastar-se cedo em demasia
fateixas que cegamente dilaceram o leito do anseio
trazendo à luz os ossos os amores antigos
órbitas outrora habitadas por olhos como os teus
e sempre será melhor demasiado cedo do que nunca
o negro anseio a esparrinhar o rosto
repetindo nunca o amado flutuou nove dias
nem nove meses
nem nove vidas

2
repetindo
se não me ensinares não aprenderei
repetindo há uma vez derradeira
mesmo para as últimas vezes
últimas vezes para implorar
últimas vezes para amar
para saber não saber fingir
um fim até para as últimas vezes de dizer 
se não me amas não serei amado
se eu não te amar então não amarei

o revolver de palavras caducas no coração
amor amor amor baque do velho êmbolo
pisando o inalterável
coalho das palavras

o terror renovado 
de não amar
de amar e não seres tu
de ser amado sem ser por ti
de saber ignorar fingir
fingir

eu e todos os mais que te amarão
se te amarem

3
a não ser que te amem

Samuel Beckett Poemas Escolhidos- Cadernos de Poesia 10
Publicações Dom Quixote, 1970

fevereiro 26, 2015

©Alexandre Farto (Vhils)
PLAY David Bowie Space Oddity

     "Você incomoda-me, disse eu, quando aqui está não posso estender-me. Faz assim tanta questão em estender-se?, perguntou. O nosso mal é dirigir a palavra às pessoas. Basta pôr os pés nos meus joelhos, disse ela. Não me fiz rogado. Eu sentia as suas coxas roliças debaixo das barrigas-das-pernas. Começou a fazer-me festas nos tornozelos. E se eu mandasse uma sapatada na cona, disse comigo mesmo. Falamos em entender-nos e as pessoas vêem logo um corpo deitado. Aquilo que a mim, rei sem súbditos, me interessava, aquilo que o feitio da minha carcaça só denunciava no seu mais longínquo e fútil dos reflexos, era a supinação cerebral, o adormecimento da ideia do eu e da ideia deste pequeno resíduo de ninharias que envenenam, à qual damos o nome de não-eu e, por preguiça, até chamamos mundo. Mas ele, o homem moderno, ainda tem tesão aos vinte e cinco anos, de vez em quando mesmo física, é a cruz de cada um de nós, eu próprio me sujeitava a ela, se àquilo podemos chamar tesão. Como é natural ela notou, as mulheres farejam um falo no ar a mais de dez quilómetros e a si próprias perguntam Como é que o fulano conseguiu localizar-me? Nessas condições deixamos de ser nós mesmos, e é doloroso quando já não somos nós mesmos, apesar do que se diz ainda mais doloroso do que nas alturas em que o somos. Porque quando o somos, sabemos o que fazer para passarmos a sê-lo menos, ao passo que nas alturas em que já o não somos, somos outro qualquer, não há meio de nos apagarmos. O que se chama amor é exílio, de vez em quando com um postal ilustrado lá do sítio, esta noite deu-me para pensar assim. Quando ela acabou e o meu verdadeiro eu, o que está domado, se reconstituiu com ajuda de uma inconsciência rápida, dei comigo sozinho. Pergunto a mim próprio se tudo isto não passa de invenção, se as coisas não se passaram, de facto, de uma forma completamente diferente, de acordo com um esquema que tive de esquecer."

Samuel Beckett, Primeiro Amor, Hiena Editora, 1994 

fevereiro 25, 2015

© Josef Koudelka. ROMANIA. A country cemetery. 1994

"Nunca me decepcionaram, as inscrições, há sempre três ou quatro tão engraçadas que tenho de me agarrar à cruz, ou à estela, ou ao anjo, para não cair. Compus a minha há muito tempo e continuo a estar contente, bastante contente com ela. Os meus outros escritos aborrecem-me, mal tiveram tempo de secar, mas o meu epitáfio continua a agradar-me.  Exemplifica um problema de gramática. Por má sorte, poucas probabilidades terá de algum dia subir mais alto do que o crânio que o concebeu, a não ser que o Estado se encarregue disso. Mas para me exumarem terei de ser encontrado, e muito receio que o Estado sinta tanta dificuldade em encontrar-me morto como vivo. Por isso me apresso a consigná-lo, antes que seja demasiado tarde:

Aqui jaz quem já fugia tanto
Como agora de jazer foge entretanto"

Samuel Beckett, Primeiro Amor, Hiena Editora, 1994 

janeiro 30, 2015

"Em diante. Dizer em diante. Ser dito em diante. Dalgum modo em diante. Até de modo nenhum em diante. Dito de modo nenhum em diante.

Dizer por ser dito. Desdito. De ora em diante dizer por ser desdito.

Dizer um corpo. Onde nenhum. Mente nenhuma. Onde nenhuma. Ao menos isso. Um lugar. Onde nenhum. Para o corpo. Estar lá dentro. Mover-se lá dentro. E sair. E voltar lá para dentro. Estar lá dentro. Não. Sair nenhum. Voltar nenhum. Só entrar. Ficar lá dentro. Em diante lá dentro. Parado.

Tudo desde sempre. Nunca outra coisa. Nunca ter tentado. Nunca ter falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor."

Samuel Beckett Últimos trabalhos de Samuel Beckett, Assírio e Alvim/ Independente, 

junho 23, 2014

Samuel Beckett

Hamm: A natureza esqueceu-se de nós.
Clov: Já não há natureza.
Hamm; Não há natureza! Que exagero.
Clov: Nos arredores.
Hamm: Mas nós respiramos, mudamos! Cai-nos o cabelo, os dentes! A nossa frescura! Os nossos ideais!
Clov: Então não se esqueceu de nós.
Hamm: Mas tu dizes que não existe.
Clov (tristemente): Nunca ninguém no mundo pensou de uma maneira tão retorcida como nós.
Hamm: Faz-se o que se pode.
Clov: Estamos enganados.
pausa
Hamm: Julgas-te alguém, hã?
Clov: Naturalmente.

_________

Nell: Vou deixar-te.
Nagg: Podes coçar-me primeiro?

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Samuel Beckett, Fim de Partida