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PLAY Ornatos Violeta Como Afundar
Há pessoas que encontramos nas palavras. Também sei que há palavras que são lugares. E fixam-se palavras e palavras e palavras, que se vão tornando lugares, das pessoas, em nós.
No silêncio do lugar, a denúncia da ausência de rituais. Na viagem, no intervalo das coisas, na não-palavra, na casualidade - o vazio maior.
Mas é a expectativa que torna tão longas as noites, os dias, e alheios os rumos da viagem. Porque a palavra, a verdadeira, sempre se revela na beleza das coisas que encontramos e a beleza, em defeito de partilha, adensa o vazio em nós.
Não tenho dúvida: quando a palavra não nasce mas renasce da memória, ainda que vazios, os lugares não deixam de o ser... porque há palavras que são a ponte entre nós e o outro lado da vida, quando um mundo só não basta.
"Eu senti o amor tocar no avesso da saudade
E com ela a dor de não chorar
(...)
A noite entrou de passagem
Sem nos levar
Boa viagem
Boa viagem
E é como afundar nosso mundo em dor
E não querer acordar
E tu não vês?"