"Bem cedo este homem soube a importância daquilo a que podemos chamar plasticidade humana. Investigara-lhe os limites e o mecanismo. Como ele devia pensar na sua própria maleabilidade!
Eu vislumbrava sentimentos que me faziam estremecer, uma obstinação terrível em experiências inebriantes. Ele era o ser absorvido na sua variação, aquele que se transforma no seu próprio sistema, o que se entrega inteiro à disciplina assustadora do espírito livre e mata com as suas próprias alegrias as alegrias que tem, a mais fraca com a mais forte- a mais suave, a temporal, a do instante e da hora começada, com a fundamental- com a esperança da fundamental.
E sentia-o senhor do seu pensamento: escrevo aqui este absurdo. A expressão de um sentimento é sempre absurda."
A noite com o Sr. Teste
Paul Valéry, O Senhor Teste, Relógio D'Água, 1985