Tragam-me aguardente, Glória e Amor
Tragam-me aguardente, que eu quero esquecer!
Quero hoje dissipar
em mim as criaturas todas e todo o tormento -
e com isso como peixe e um pedaço de carne de porco!
Tragam-me glória, depois posso matar-me tranquilamente,
antes que a minha alma cresça
e o meu cérebro orgulhoso inche
e todos, boquiabertos, me julguem doido!
Tragam-me o vosso amor à mesa,
que eu quero bebê-lo, flutuando no céu até muito longe,
cem canecas, mil canecas, todas as canecas do mundo
assim no vosso amor quero afogar-me.
Tragam-me aguardente, que eu quero esquecer!
Quero hoje dissipar
em mim as criaturas todas e todo o tormento -
e com isso como peixe e um pedaço de carne de porco!
Tragam-me glória, depois posso matar-me tranquilamente,
antes que a minha alma cresça
e o meu cérebro orgulhoso inche
e todos, boquiabertos, me julguem doido!
Tragam-me o vosso amor à mesa,
que eu quero bebê-lo, flutuando no céu até muito longe,
cem canecas, mil canecas, todas as canecas do mundo
assim no vosso amor quero afogar-me.
Thomas Bernhard,
Na Terra e no Inferno, Assírio & Alvim, 2000