fevereiro 27, 2015

[#3] Estou a escrever-te de um país distante

©Josef Koudelka. CZECHOSLOVAKIA. 1962
     "Temos aqui uma aurora parda, diz-lhe ela ainda. Mas nem sempre foi assim. Não sabemos quem culpar.
     De noite o gado dá mugidos fortes, que ao terminarem se arrastam por um som de flauta. Sentimos pena, mas que fazer?
     A toda a nossa volta há um cheiro a eucalipto: benesse, calma, mas não sabe defender de tudo, ou pensas que sim, que ele sabe realmente defender de tudo?"

Henri Michaux, Estou a escrever-te de um país distante, Hiena Editora, 1986
(tradução de Aníbal Fernandes)